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RETICÊNCIAS

"SUBTILEZAS METAFÍSICAS" - ARTE = MUDANÇA


Se o casal Arnolfini vivesse nos dias de hoje, que tipo de espelho estaria pendurado na sua casa? Certamente que o reflexo devolvido seria o mesmo mas o espelho faria parte de uma linha de design italiano à venda numa boa loja de mobiliário e decoração. Ou seria substituído por um “black mirror” que transmitiria imagens em tempo real de Van Eyck a escrever que lá esteve - “Johannes de Eyck fuit hic”? Com uma ou outra solução, garantidamente tudo seria diferente do que vemos no quadro do século XV.

O objeto sempre desempenhou um papel fulcral nas narrativas artísticas mesmo quando a sua imagem é omnipresente. Como Breton escreveu sobre os ready-made de Duchamp: “[…] é um objeto vulgar elevado à dignidade de uma obra de arte por uma mera decisão do artista.” Joseph Beuys, por exemplo, expandiu a ideia de Arte para a realidade como um todo. As suas ações rituais visavam libertar a pluralidade dos sentidos. A Arte teria uma virtude terapêutica e o artista seria semelhante a um xamã. Considerava, ele, que objetos e materiais ligados a uma história inteiramente pessoal estavam envolvidos em representações com objetivos sociais de alerta para uma sociedade que, considerava ele, estava doente.

Esta instalação é composta pela recriação de seis objetos que partem de diversas obras de arte da nossa história. Em cada um deles podemos encontrar: a reprodução da obra original; os desenhos técnicos de construção dos novos objetos; e, a maqueta em 3D dos objetos, eles próprios. A reflexão dos alunos sobre este trabalho ultrapassa em muito a mera construção técnica e dependeu de uma reflexão sobre as obras e os artistas e as respetivas épocas.

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