As circunstâncias em que atualmente vivemos são muito diferentes daquelas que esperávamos para o nosso futuro. Nunca imaginámos que iríamos viver uma fase da História humana onde seríamos obrigados a ficar em casa para nos protegermos de um contágio iminente.
Os feriados e fins-de-semana perderam a sua importância, pois estes últimos três meses têm proporcionado um minucioso conhecimento das nossas casas e aumentou drasticamente o nosso diário de limpezas. Ganharam-se novos hábitos: sapatos na rua, máscaras na cara e um desinfetante sempre pronto a usar, até secarmos e enrugarmos a pele das mãos. Se virmos alguém nosso conhecido na rua cumprimentamos com um aceno de cabeça, com um olá gritado pois temos de estar a dois metros de distância. Saudades da efusividade ibérica...
É estranho não podermos ver a nossa família tão regularmente como víamos, devido ao distanciamento social e ao maior recolhimento dos mais idosos, como os nossos avós.
Apesar de ser muito complicado não haver o contacto físico com o qual estávamos habituados, há que pensar que estar em casa também pode ter os seus aspetos positivos. Para além de não andarmos a passear o vírus, poupamos nas nossas economias individuais, podendo depois gastar em roupa com o tamanho que costumávamos usar a multiplicar por três… Efeitos de ver mais séries, fazer mais TPC ou simplesmente ouvir mais música a comer mais um, dois ou três dos nossos snacks favoritos.
Esta fase permitiu-nos dar valor àquilo que realmente importa: a nossa saúde e o bem-estar da nossa família e amigos. Custa ficar em casa e não poder falar pessoalmente com quem gostamos, irmos almoçar fora ou apenas sair e conviver. Contudo, conseguimos abdicar dessas coisas para um bem maior e para assegurar um futuro onde os nossos hábitos voltem, de certeza com uma maior segurança, mas sem o receio de estar com as pessoas de quem sentimos falta.
Texto de Inês Pires, 12º B
Ilustração "Anita vai à Praia", de Carlos Marques da Silva
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