Através do conhecimento da História temos a perceção de factos importantes que aconteceram ao longo dos séculos como as guerras, as crises ou as descobertas inovadoras. Todos estes acontecimentos permitem-nos aprender com o passado tornando-nos cada vez mais capazes de lidar com diversas situações, de continuar a evoluir e de continuar a fazer História. É por isso que esta ciência é fundamental tanto para o nosso crescimento pessoal, como para o da humanidade.
Assim, possuímos o conhecimento que não é a primeira vez que o Homem convive com uma pandemia. No século XIV, os nossos antepassados sofreram com a Peste Negra, que matou cerca de 75 a 200 milhões europeus, sendo considerado o surto mais devastador da história. Outro vírus que também ganhou grande dimensão global foi a Gripe Espanhola, que matou cerca de 50 a 100 milhões de pessoas entre 1918 e 1920 e onde a segunda vaga foi mais mortal.
Passado cerca de 100 anos chegou um novo momento de viver uma nova pandemia de causas naturais, ou segundo as afirmações de Donald Trump e de outras teorias da conspiração, provocada pelos Chineses… O novo Coronavírus, designado por COVID-19, foi identificado a 7 de Janeiro de 2020 na China, na cidade de Wuhan, onde a infeção pode ser semelhante a uma gripe ou uma pneumonia, em casos mais graves. À escala mundial, este vírus já infetou cerca de 5,5 milhões de pessoas e provocou, até ao momento, 355 mil mortes.
Após a declaração de pandemia da OMS a realidade foi drasticamente mudada. Escolas fecharam, implementando-se, em alguns países, um ensino à distância mais trabalhoso para todos os estudantes, creches encerraram, levando os pais a conseguir finalmente aquelas esperadas férias com mais de duas semanas, mas praticando o tele trabalho, muitas empresas entraram em Lay-off para prevenir a falência e conseguir manter os funcionários. Contudo, o desemprego disparou, muitos salários foram cortados para metade e o número de infetados e de mortes aumenta a cada dia. Com esta nova realidade, adquire-se uma nova perceção de nós próprios, pois é necessário ter plena consciência de todas as nossas ações e movimentos, uma vez que, se certas medidas não forem tomadas, estes tornar-se-ão prejudiciais.
Em Portugal, o governo decidiu impor o estado de emergência a 19 de Março com o intuito de controlar a contaminação, procedendo a uma quarentena obrigatória, onde ir à rua foi apenas permitido para necessidades básicas. Com a ponderação de iniciar a quarentena, sucedeu-se um cenário pior que o Black Friday na Primark, onde as pessoas nos supermercados compraram carrinhos cheios de produtos que habitualmente não consumiam e embalagens absurdas de papel higiénico.
O lado negativo que a pandemia carrega possui, contudo, dimensões diferentes. Os milhares de mortes, o crescimento do desemprego devido à crise económica mundial instalada, a mudança radical da realidade, a desconfiança e medo que é empregada e o aumento dos casos de violência doméstica são alguns destes pontos. Devido às medidas implantadas de confinamento, muitos são aqueles que estão ainda mais expostos à violência, visto que o seu lar não é um lugar seguro.
Países com os Estados Unidos e o Brasil enfrentam situações preocupantes, dado que novos casos aumentam todos os dias e, nos EUA, já ultrapassaram a barreira dos 100 mil mortos. O que contribui para estas circunstâncias são as atitudes dos dois presidentes, Donald Trump e Jair Bolsonaro, que passam a mensagem de desprezo e ignorância pelo surto e não usam o poder que lhes foi concedido para prestar um bom exemplo aos cidadãos.
Contudo, é inevitável não ver o lado positivo. Como a revista Expresso referiu recentemente esta pandemia é “um desastre económico e um fenómeno ambiental ao mesmo tempo“ pois devido ao encerramento das grandes fábricas poluidoras ou a inexistência de automóveis a circular devido à quarentena, é necessário referir que os índices de poluição desceram drasticamente, permitindo levantar a concentração de agentes poluidores na atmosfera e, apesar das medidas propostas internacionalmente para que se realize esta diminuição ao longo dos anos. É importante perceber que esta situação pandémica contribuiu para este êxito imediato. Posto isto, a preocupação é pensar e realizar várias medidas para que esta se mantenha.
Outro ponto positivo foi o estimular da criatividade, no adulto e na criança, com o objetivo de nos reinventarmos a cada dia, sendo que houve necessidade de inventar atividades para passar o tempo e de o suportar, sozinhos ou com os mais próximos, contribuindo também para um novo convívio familiar.
Fica agora um pouco da minha experiência pessoal. O encerramento da escola contribuiu para perceber o grau de importância e de alerta em que o país e o mundo estavam, sendo o momento em que percebi que a situação talvez fosse mais grave do que pensava.
A inserção do ensino à distância foi parte da mudança radical que referi nos contras desta pandemia, pois, a meu ver, acabou por se tornar mais cansativo e menos eficaz em relação à aprendizagem e, para piorar, muitos são aqueles que não têm possibilidade de assistir a estas aulas virtuais, uma vez que, não possuem o equipamento necessário. Atualmente, com o surto mais controlado, as aulas presenciais voltaram apenas para as disciplinas de exame, com algumas restrições, o que me deixou aliviada pois tinha uma certa preocupação em relação à compreensão da matéria ou ao esclarecimento de dúvidas via internet.
Resta dar os Parabéns a Portugal e a todos nós em virtude da sua/nossa atuação contra a Covid-19, que tem sido elogiada internacionalmente. As suas medidas tomadas e a sua rápida aplicação diminuíram a intensificação do vírus, tornando-nos num dos países onde este os efeitos não foram tão dramáticos, em comparação com a vizinha Espanha, a Itália ou os Estados Unidos.
Texto de Diana Baptista, 12º B
Ilustração "Doctor", de Rui Silvares
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