A expressão artística está presente na humanidade desde o início dos tempos. Para sobreviver, particularmente na saúde e no desenvolvimento da sensibilidade humana, é essencial que tenhamos um espaço para descobrir, criar, sonhar e realizarmo-nos. Também é, igualmente, necessário um tempo para pensar, sentir e criar. De acordo com este pensamento, percebe-se que a Arte tem a capacidade de transformar o ser humano de uma entidade em estado de fragmentação para um ser em estado íntegro, capacitando-o para a compreensão da realidade, tornando-o mais humano.
Esta instalação pretende demonstrar como a Arte e a criatividade podem ajudar a beneficiar o ser humano ao longo da vida criando um diálogo intergeracional tão importante, mas igualmente tão distante, nos dias de hoje. Parte-se do pressuposto que a Arte é uma área de suma importância para a saúde mental e oferece suporte teórico e prático para a educação ao longo da vida.
Tal como está descrito na Carta das Cidades Educadores: “A cidade educadora deverá encorajar o diálogo entre gerações, não somente enquanto fórmula de coexistência pacífica, mas como procura de projetos comuns e partilhados entre grupos de pessoas de idades diferentes. Estes projetos, deverão ser orientados para a realização de iniciativas e ações cívicas, cujo valor consistirá precisamente no carácter intergeracional e na exploração das respetivas capacidades e valores próprios de cada idade.”
Ao longo de várias sessões, os alunos do Curso Profissional de Técnico de Multimédia, do Agrupamento de Escolas Francisco Simões, visitaram a Casa de Repouso Solar de Santa Margarida, na Sobreda de Caparica, com o objetivo de realizar um workshop de fotografia com os seus idosos. Rapidamente se percebeu, que aqueles encontros ultrapassaram a mera questão técnica que nos levou até lá para se transformar em horas de partilha de memórias, experiências e viveres. E o silêncio que se fez ouvir foi, apenas, para se cantar o Fado!
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