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RETICÊNCIAS

"DE DENTRO PARA FORA – EMOÇÕES ATRAVÉS DA LENTE" - ARTE = MUDANÇA


A história do convívio com as pessoas com necessidades especiais, da Antiguidade até a Idade Média, mostra que o extermínio, a discriminação e o preconceito marcaram profundamente a vida dessas pessoas que, quando sobreviviam, não lhes restava outra alternativa senão a vida à margem da sociedade.

Até não há muito tempo atrás, “ser diferente” condenou inúmeras pessoas, à fogueira, à forca, ao ostracismo, à marginalidade. Essas diferenças entre os “normais” e os “outros” assentaram durante bastante tempo em avaliações pré-concebidas, preconceituosas e, até, temerosas perante os que detinham comportamentos físicos ou emocionais que não eram entendidos e aceites.

As emoções, sendo fundamentais ao ser humano, têm suscitado interesse científico desde há longa data. O centro de comandos fundamental das emoções, é o cérebro que explica a sua base fisiológica, mas também é afetado e alterado ao longo do desenvolvimento pelas diferentes experiências e acontecimentos de vida, bem como pelo desenvolvimento emocional da pessoa.

Mesmo a psicologia, ferramenta essencial para o estudo do comportamento e das funções mentais, dedicou, inicialmente, o seu objeto às capacidades cognitivas e ao respetivo uso. Só mais tarde, com o desenvolvimento da neurobiologia, passou a considerar a inteligência emocional, em especial a capacidade para reconhecer, expressar e gerir emoções. Este crescente interesse sobre a importância das emoções no bem-estar psicológico dos alunos, tem permitido realizar trabalho de campo importantíssimo por parte das equipas de Educação Especial e Psicologia existentes nas escolas.

A base deste projeto passou, em grande parte, pelo trabalho que estes gabinetes desenvolvem, na nossa escola, junto dos alunos que acolhem. O desafio teve início com reuniões preparatórias em que os alunos de Multimédia explicaram os princípios da Fotografia e o funcionamento das máquinas analógicas. As professoras de Educação Especial e a psicóloga escolar, intervieram na explicitação do objetivo do projeto que passaria pelo registo fotográfico das emoções dos alunos ao longo da duração da atividade. O facto de termos decidido usar a fotografia analógica centra-se, exatamente, na prevalência do “pensar” e do “sentir”, mais do que o “fazer”. Este tipo de fotografia permitiu que os alunos dedicassem a sua atenção ao que pretendiam fotografar sem se preocuparem com o resultado final. O resultado é um conjunto de fotografias que espelham, independentemente do resultado técnico final, momentos da vida destes jovens.

No final, revemo-nos nas palavras de Fernando Pessoa, quando escreve: “Quanto mais diferente de mim alguém é, mais real me parece, porque menos depende da minha subjetividade.”

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